Book contents
- Frontmatter
- Contents
- Preface
- Dedication
- Introduction
- Lope García de Salazar: la formación de un bibliófilo y de su biblioteca
- El camino espiritual a Jerusalén a principios del Renacimiento
- Tipos y temas trovadorescos, XX: Fernan Velho
- Cómo vive un soneto: sobre “Perdido ando, señora, entra la gente”
- Del claustro al pliego suelto: la obra de Antonio de Espinosa
- The Bestiary Tradition in the Orto do Esposo
- As Diffinçõoes de Calatraua (1468), numa Versão Portuguesa
- Damião de Góis's Translation and Commentary on Cicero's De Senectute
- Muestrario de incunables catalanes de la Biblioteca Colombina
- Between Ballad and Parallellistic Song: A Condessa Traidora in the Portuguese Oral Tradition
- Dois Casos de Heróis Sem Terra: Rodrigo e Guillaume d’Orange
- El Tratado del menospreçio del mundo ¿de Juan del Encina?
- Cantiga and Canso
- Luís Vaz de Camões and Fernão Mendes Pinto: A Comparative Overview of their Lives in Asia and After
- New Dates and Hypotheses for Some Early Sixteenth-Century Dramatic Texts Suggested by an Alcalá Annotator of Nicolás Antonio
- Los pliegos sueltos del siglo XVI después del Nuevo Diccionario
- “Moricos los mis moricos”: observaciones sobre el romancero carolingio
- Manuscritos e Textos dos Príncipes de Avis: o Leal Conselheiro e Outros Manuscritos: Problemas de Deriva Filológica e Tentativa de Reintegração
- Autobiografia, Cultura e Ideologia em Peregrinação de Fernão Mendes Pinto
- The Sepultura de Macías by San Pedro – But Which San Pedro?
- Tablante de Ricamonte before and after Cervantes’ Don Quixote
- Bibliography of Arthur Lee-Francis Askins
- Tabula Gratulatoria
Autobiografia, Cultura e Ideologia em Peregrinação de Fernão Mendes Pinto
Published online by Cambridge University Press: 05 May 2023
- Frontmatter
- Contents
- Preface
- Dedication
- Introduction
- Lope García de Salazar: la formación de un bibliófilo y de su biblioteca
- El camino espiritual a Jerusalén a principios del Renacimiento
- Tipos y temas trovadorescos, XX: Fernan Velho
- Cómo vive un soneto: sobre “Perdido ando, señora, entra la gente”
- Del claustro al pliego suelto: la obra de Antonio de Espinosa
- The Bestiary Tradition in the Orto do Esposo
- As Diffinçõoes de Calatraua (1468), numa Versão Portuguesa
- Damião de Góis's Translation and Commentary on Cicero's De Senectute
- Muestrario de incunables catalanes de la Biblioteca Colombina
- Between Ballad and Parallellistic Song: A Condessa Traidora in the Portuguese Oral Tradition
- Dois Casos de Heróis Sem Terra: Rodrigo e Guillaume d’Orange
- El Tratado del menospreçio del mundo ¿de Juan del Encina?
- Cantiga and Canso
- Luís Vaz de Camões and Fernão Mendes Pinto: A Comparative Overview of their Lives in Asia and After
- New Dates and Hypotheses for Some Early Sixteenth-Century Dramatic Texts Suggested by an Alcalá Annotator of Nicolás Antonio
- Los pliegos sueltos del siglo XVI después del Nuevo Diccionario
- “Moricos los mis moricos”: observaciones sobre el romancero carolingio
- Manuscritos e Textos dos Príncipes de Avis: o Leal Conselheiro e Outros Manuscritos: Problemas de Deriva Filológica e Tentativa de Reintegração
- Autobiografia, Cultura e Ideologia em Peregrinação de Fernão Mendes Pinto
- The Sepultura de Macías by San Pedro – But Which San Pedro?
- Tablante de Ricamonte before and after Cervantes’ Don Quixote
- Bibliography of Arthur Lee-Francis Askins
- Tabula Gratulatoria
Summary
A obra Les Portugais en Extrême Orient: Fernão Mendes Pinto, un précurseur de I’exotisme au XVIème siecle, de Georges Le Gentil, que constituiu marco importante no estudo da Peregrinação e que data já de 1947, revela-se-nos bastante significativa, em termos de proporcionalidade, de como tem sido investigado Fernão Mendes Pinto e a sua obra: na verdade, o professor francês dedica grande parte da sua obra ao “valor documental” da Peregrinação, enquanto ao “valor literário” apenas consagra um terço do volume. Não o registamos como crítica negativa, mas tão-somente como modo de chamar a atenção para o que, na realidade, durante muitos anos, foi feito em relação ao autor e à obra que agora nos ocupam. O estudo do significado documental da obra de Mendes Pinto é indubitavelmente tarefa importante. Em boa verdade, quase ficamos confusos, quando temos de reconhecer que a sua prioridade deve constituir primeira fase da elucidação do texto desta obra ou, se quisermos, tarefa imprescindível para uma mais completa análise do texto, enquanto mensagem narrativa e autobiografia literárias.
Fernão Mendes Pinto dir-nos-ia que escreveu o que, sendo homem, português e cristão, fez, viveu, viu e ouviu. Estamos convencidos de que sobretudo registou o que viveu e viu: “E digo isto porque assim o posso afirmar com verdade, pois ambos estes sucessos vi com meus olhos, e em ambos me achei presente com assaz de perigo meu” (cap. CC). Podíamos acrescentar que essa primeira intenção se conjugou com outra: a de transmitir o que ele soube ou que outros lhe transmitiram, e mesmo o que ele julgou (ou imaginou) viver, ver e ouvir.
Contudo, não é lícito que a obra continue a ser desvalorizada por se julgar que não constitui um registo decididamente historiográfico. Não foi esse o objectivo do seu autor. Pelo contrário, urge que ela seja reconhecida como o que quis logo ser: uma narrativa não obrigatoriamente histórica, com proximidade muito grande à autobiografia ou, como queria Fidelino de Figueiredo, uma “autolatria”. Actualmente até sabemos que o realismo, a objectividade, a fidelidade totais são características muito relativas em géneros como a autobiografia, o diário, as memórias (Lejeune, Rocha): aquele que se conta nunca é aquele ou aquilo que realmente é, só o é em parte, e talvez apenas seja aquele ou aquilo que julga ou imagina ser.
- Type
- Chapter
- Information
- Medieval and Renaissance Spain and PortugalStudies in Honor of Arthur L-F. Askins, pp. 289 - 300Publisher: Boydell & BrewerPrint publication year: 2006